sexta-feira, 13 de maio de 2011

Rafael Horvat - Entrevista

Para a primeira entrevista do SS, trazemos o Rafael Horvat do Jd. Santo André, São Paulo, que respondeu algumas perguntas sobre o seu trabalho e a tatuagem em si pra gente. De uma olhada porque está valendo a pena! (;

Rafael (a esquerda) e amigo.


Skins Scrawl: Como e quando você descobriu que queria trabalhar com tatuagem?
Rafael: Na verdade eu não sabia! (risos)
Isso eu fui descobrindo quando fui na primeira convenção de tauagens em São Paulo. Aí comecei a gostar dessa arte e fui atrás. Então procurei um amigo meu, o Andy, e mostrei alguns desenhos meus, então ele disse: "Vai fazer um curso de desenho" e desde então não parei mais de entrar devagar nesse meio.

SS: Qual foi a sua primeira tatuagem?
R: A minha primeira tattoo foi aos 21 anos, um tribal negativo do Slipknot! (risos)

SS: Qual foi a primeira tatuagem que você fez?
R: A primeira tattoo que eu fiz foi aquele símbolo do Pearl Jam, um boneco preto. Peguei meu irmão de cobaia e fui que fui. (risos)

Símbolo do Pearl Jam

SS: Qual o seu estilo favorito?
R: Olha em relação ao estilo é muito difícil você se caracterizar com ele. Hoje eu vejo que o estilo que mais gosto de fazer é o cartoon e o realista colorido, pois nesses estilos, a minha escola é uma das melhores.

SS: A que você acha que se deve o preconceito que enfrentamos hoje?
R: O preconceito hoje ainda se deve as pessoas mais velhas, ou seja, pessoas que antigamente não tinham noção do que é essa arte, que é uma arte muito difícil de ser feita. E com o passar do tempo a evolução é nítida.
Enfim, conheço muitas pessoas hoje que fizeram sua primeira tattoo depois de vinte anos com o desenho em sua mente. Isso pra mim é muito legal pois eu vejo que cada vez mais as pessoas estão se conscientizando de que a tatuagem é uma arte. E como eu mesmo digo, MORRER, NÃO VAI! (risos)

SS: O que é a tatuagem pra você?
R: Tudo! Tattoo pra mim é minha profissão, meu lazer, e que, graças a Deus, muitos respeitam!

Rafael e seu mestre.
O Rafael nos enviou algumas fotos do seu trabalho, envolvendo os estilos que ele mencionou na entrevista, e também do seu local de trabalho. Veja abaixo.

Trabalhos:

 
 

 



Estúdio:




Queremos dizer um muito obrigado ao Rafael por ter dividido um pouco da sua vida conosco e por nos ajudar com todo esse material lindo! 


Entre em contato com o Rafale pelo número (11) 2759-6766.
O estúdio dele fica na R. das Caneleiras, 249 - Jd. Sto. André - São Paulo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Marginalização da Tatuagem

Fazer uma tatuagem é uma decisão que deve ser pensada bem mais de duas vezes não apenas porque é algo que iremos carregar conosco para o resto de nossas vidas, mas também por causa do preconceito e o desconforto que vem junto com ele.
Mas, afinal de contas, se tantas pessoas tem tatuagens e tantas outras as vêm como uma forma de arte e inspiração, por que o número de pessoas que não aprova essa prática parece ser sempre maior?

Acontece que lá na Idade Média, a tatuagem foi banida pela Igreja Católica, proibida pelo Papa em 787 na Europa. Era considerada pela Igreja, uma pratica demoníaca de vandalismo do próprio corpo, o templo do Espírito Santo.
Pra ajudar, em 1879 na Inglaterra, a tatuagem foi adotada como forma de identificação de criminosos, daí vem a conotação de fora da lei com a qual estamos acostumados.
Após a popularização da tatuagem entre os marinheiros com o capitão James Cook, os moradores dos "guetos" e periferias tiveram acesso a esse arte levando-a para as taverna e prostíbulos. Além disso, a tatuagem também foi usada em apresentações circenses.
E no Brasil, como mencionamos no post sobre o Lucky Tattoo, quando ele abriu seu primeiro estúdio, foi na área de bohemia e prostituição de Santos, o que só deu forças para a imagem de "arte marginal".
Ou seja, vários fatores históricos contribuem para que exista o preconceito que somos obrigados a enfrentar hoje.

Mas com o a chegada do século XXI e o fácil acesso as informações, presenciamos várias mudanças no comportamento da sociedade, quebras de tabus e o aumento da diversidade cultural, e assim, a maior aceitação da liberdade de expressão e diferentes formas de arte, inclusive a tatuagem, que está voltando a ser uma arte também da alta sociedade, até de ídolos modernos, e não somente das classes mais baixas. Retorna as suas origens, tornando-se novamente uma maneira de marcar a vida e a personalidade dos homens.

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Veja o post sobre a origem da tatuagem clicando aqui.

Thanks to Gui Santos e Rapha Xavier, do Tribo dos Skatistas, que me mandaram um artigo LEENDO sobre o preconceito com a tatuagem.

**Outros créditos e fontes em O Blog.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lucky Tattoo

E no Brasil? Como a coisa toda começou?
Na nossa terra verde e amarela a tatuagem elétrica é bem mais recente, foi em Santos, SP, lá pro final da década de 50, início de 60, com o dinamarquês Knud Harld Likke Gregersen, conhecido como Lucky Tattoo, que a tatuagem começou a "pegar" por aqui.

Knud Harld Likke Gregersen, nasceu na cidade de Copenhague em 14 de maio de 1928. Seu pai, Jens Gregersen, era um conhecido tatuador na Dinamarca nas décadas de 30 e 40.
Lucky Tattoo chegou ao porto de Santos em 20 de julho de 1959, divulgando seu trabalho como desenhista e pintor. A princípio fixou-se na rua João Otávio, onde concentravam-se seus clientes marinheiros, mas em pouco tempo, mudou-se para a rua General Câmara, ali, montou o seu estúdio próximo ao cais, onde, na época, era zona de bohemia e prostituição de Santos, o que contribuiu para a disseminação do preconceito e discriminação da pratica. Era muito comum ver por ali imigrantes, muitas vezes bêbados, arruaceiros, drogados e prostitutas, gerando esse estigma de "arte marginal" que perdurou por décadas e que aliás, infelizmente, ainda podemos encontrar nos dias de hoje.


Lucky viveu em São Paulo por mais de vinte anos, casou-se com uma brasileira e teve um casal de filhos, então mudou-se para Arraial do Cabo no Rio de Janeiro. Faleceu com um ataque cardíaco, um ano depois em 17 de janeiro de 1983, com 55 anos, no auge de sua carreira.

Curiosidades:
- No seu primeiro estúdio em Santos, podiam-se ler as palavras "It's not a saylor if he hasn't a tattoo", que em português significa "Não é um marinheiro, se ele não tiver uma tatuagem".
- Ficou muito conhecido na década de 70, quando tatuou um grupo de surfistas conhecidos como "meninos do Rio", liderados por Petit, que "comandavam" o piér de Ipanema, e inspiraram Caetano Veloso a escrever a canção 'Menino do Rio'.
- O dia 20 de junho ficou conhecido como 'dia do tatuador' em homenagem a Lucky Tattoo.



**Créditos e fontes em O Blog.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Origem

Seja muito bem vindo(a) ao Skin Scrawl! :D
De uma olhada nos links na barra de navegação aí em cima pra conhecer o blog, a equipe e entender o nosso propósito. Mas, pra resumir: abordaremos aqui o tema tatuagem... caso já não tenha ficado óbvio. xD

E pra começar, pesquisamos um pouco sobre a origem da tatuagem que há 3500 anos já existia como forma de expressão da personalidade individual de cada um, ou dos integrantes de uma mesma tribo. Foram encontradas pinturas e estatuetas, até pré-históricas, de povos que cobriam a pele com desenhos. Existe uma hipótese de que a origem da tatuagem vem das cicatrizes de guerra, lutas e caças, e essas cicatrizes eram motivo de orgulho por expor a força e as vitórias de um homem. A partir dessa ideia de que essas marcas eram sinônimo de vitalidade, o homem passou a se marcar voluntariamente. Com o tempo, as marcas sem sentido, deram lugar a desenhos com o uso de tintas vegetais.

Capitão James Cook
Só que há 3500 anos, a galera ainda não tinha eletricidade pra fazer uma agulha bater a tinta na pele e, pasme, poupar os tatuados de alguma dor. As tatuagens eram feitas com espinhos que tingiam a pele ao perfurá-la com a ajuda de uma pedra chocando-se com a outra extremidade, aliás, é da pedra batendo na madeira que veio a palavra tattoo, que antes era 'tatau', uma onomatopeia do som do choque. Quem transformou a palavra 'tatau' em tattoo, foi o capitão James Cook, que escreveu em seu diário a palavra tattaw.
As tatuagens marcavam os fatos das vidas dessas tribos: nascimento, puberdade, reprodução e morte, além dos fatos da vida social como, virar guerreiro, sacerdote ou rei, o casamento, a celebração da vida...
E essas marcas também serviam para identificar prisioneiros, pedir proteção e garantir a vida do espírito habitanto o corpo material ou não.
Foi só em 1891 que Samuel O' Rilley desenvolveu um aparelho elétrico para fazer tatuagens, baseando-se em outro aparelho muito parecido que foi desenvolvido por Thomas Edson.
A esquerda, a máquina de Thomas Edson
e a direita a de Samuel O' Rilley
Os primeiros cristãos se reconheciam por uma série de sinais tatuados, como cruzes, as letras IHS, o peixe, etc.

Hoje o que mais motiva os amantes da tatugem a cultuar esse costume de marcar-se com desenhos, símbolos e palavras é o fato de se ter uma obra de arte viva.









**Créditos e fontes em O Blog.